Assinala-se este domingo [29.09.2024], o Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar proclamado na Resolução 74/209, adoptada na Assembleia Geral da ONU em 19 de Dezembro de 2019.
A data tem como objectivo sensibilizar as pessoas para evitarem o desperdício alimentar e, particularmente, este ano destaca-se a necessidade fundamental de financiamento para reforçar os esforços de redução da perda e do desperdício de alimentos, contribuir para o alcance dos objectivos climáticos e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
A efeméride representa uma oportunidade para chamar a atenção do sector público e privado para a necessidade de implementarem medidas e acções de redução do desperdício alimentar, restauração e reconstrução de sistemas alimentares melhores e mais resistentes.
A Comissão Europeia associa-se à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), ao Programa das Nações Unidas para o Ambiente e a outras organizações relevantes no apelo mundial à acção contra as perdas e desperdícios alimentares. A redução das perdas e desperdícios alimentares é parte integrante da «Estratégia do Prado ao Prato da UE» da União Europeia para um sistema alimentar justo, saudável e respeitador do ambiente.
A fim de acelerar os progressos da UE na consecução deste objectivo, a Comissão propôs que, até 2030, os Estados-Membros reduzissem o desperdício alimentar em 10% na transformação e na indústria transformadora, e em 30% per capita no comércio retalhista e no consumo (restaurantes, serviços alimentares e agregados familiares).
No continente africano, a marcha contra o desperdício alimentar vai dando passos timidos. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 690 milhões de pessoas continuam a passar fome no mundo. Enquanto isso, só em África, quatro mil milhões de dólares são perdidos anualmente com o desperdício alimentar.
Segundo a ONU, 14% dos alimentos se perdem entre colheita e venda. “É necessário que se aumente a disponibilidade de alimentos sem colocar pressão adicional sobre o ambiente e a economia para produzir mais alimentos, pois chegou o momento de reforçar os compromissos globais em relação às acções colectivas para catalisar investimentos a fim de reduzir a perda e o desperdício de alimentos de forma sustentável”, defendeu, recentemente, a comissária da União Africana para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Desenvolvimento Sustentável, Josefa Sacko, à margem da 79ª da Assembleia-Geral das Nações Unidas, num evento organizado pelo “World Resource Institute”.
De acordo com a União Africana, os níveis de perdas de alimentos pós colheita em África são suficientes para satisfazer as necessidades alimentares anuais de cerca de 48 milhões de pessoas. A perda quantitativa total de alimentos na África Subsaariana foi estimada em 37 por cento, equivalente a 100 milhões de toneladas métricas por ano. Relativamente aos cereais, referiu, estima-se que o valor das perdas pós-colheita equivale a cerca de 4 mil milhões de dólares por ano, situação que contribui para a insegurança alimentar e está na origem de mais de 35,4 mil milhões de dólares de importações em África.
Neste sentido, em Angola, a próxima campanha do Banco Alimentar contra o desperdício, deverá arrancar no dia 30 de Novembro e se estenderá até ao dia 1 de Dezembro 2024.